janeiro 19, 2011

Manuel Bandeira

Comecei ontem a ler uma seleção de poemas de Manuel Bandeira, embora ler seus poemas sempre me cause um pouco de tristeza. Desde que conheci a história do poeta, no primeiro semestre da faculdade, comecei a entender melhor os seus poemas e sempre penso como seria passar a vida interia esperando a morte, mas se não fosse isso, talvez a sua obra não fosse tão intensa.


Esse abaixo, é o poema que abre o livro que estou lendo e acho que reflete muito o que é a poesia de Manuel Bandeira.



Desencanto




Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto


Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.


E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.





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